Plano de saúde: como incluir essa despesa no planejamento financeiro

O sistema de saúde no Brasil conta com planos de saúde privados como opção para quem deseja ter acesso a consultas, exames e procedimentos de forma mais ágil que o Sistema Único de Saúde (SUS). Podem ser contratados diretamente com operadoras médicas ou por meio de planos de saúde empresariais.

Conforme os dados gerais da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) os beneficiários de planos privados de saúde em dezembro de 2023 ultrapassaram os 50 milhões, sendo 70% referentes ao Coletivo Empresarial e 17% ao Individual ou Familiar.

Ter um plano de saúde traz inúmeras vantagens para o usuário, como maior agilidade no atendimento e acesso à rede credenciada com hospitais, laboratórios e médicos especialistas. No entanto, adquirir essa assistência também tem impactos importantes no controle financeiro pessoal ou familiar.

Este artigo abordará os principais custos envolvidos, o impacto no orçamento doméstico e dicas para escolher e manter um plano de saúde sem comprometer as finanças pessoais. O objetivo é fornecer um guia completo sobre como adquirir o seu de forma consciente e planejada.

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Custos de um plano de saúde

O preço pode variar de acordo com diversos fatores. De modo geral, os valores médios de planos individuais giram em torno de R$ 150 a R$ 700 por pessoa, podendo chegar a R$ 2.100 ou mais nos que são mais completos.

Alguns dos principais fatores que influenciam o preço são:

  • Operadora – cada empresa possui sua própria tabela de preços. Operadoras menores costumam oferecer planos mais baratos.
  • Tipo de plano – quanto mais ampla a cobertura, mais caro tende a ser o valor. Planos ambulatoriais são mais baratos que os hospitalares.
  • Abrangência geográfica – aqueles com abrangência nacional são mais caros que os com abrangência regional ou estadual.
  • Coparticipação – aqueles com coparticipação, em que o beneficiário paga uma parte dos procedimentos, são mais baratos.
  • Faixa etária – o preço sobe conforme a idade do beneficiário, por conta do maior risco.
  • Acomodação – os que possuem quarto coletivo são mais baratos que os com quarto particular.
  • Quantidade de vidas – planos familiares, para 2 ou mais vidas, saem mais em conta do que os individuais.

Impacto no orçamento

Adquirir um plano de saúde privado tem um impacto significativo no orçamento familiar ou individual. É importante considerar qual percentagem da renda será gasta em comparação com outros itens essenciais.

Muitas famílias gastam de 10% a 30% de sua renda com planos de saúde, o que pode comprometer o orçamento para necessidades como alimentação, moradia, transporte, educação, etc. Pessoas com renda mais baixa tendem a comprometer uma fatia maior de sua receita.

Ao contratá-lo, é essencial analisar se o valor do prêmio não irá comprometer outros gastos essenciais. Além disso, é preciso considerar possíveis reajustes anuais das mensalidades. O ideal é que ele não consuma mais do que 15% da renda familiar.

Caso o plano represente uma parcela excessiva do orçamento, é recomendável pesquisar opções mais em conta, fazer portabilidade para outro ou rever a cobertura contratada. Renegociar os reajustes anuais com a operadora também pode ajudar a adequar o custo à realidade financeira.

Controlar os gastos com esse serviço é fundamental para manter as finanças pessoais equilibradas. Analisar o impacto no orçamento e buscar alternativas mais acessíveis é essencial para uma contratação consciente.

Planejamento financeiro

Adquirir um plano de saúde tem um impacto significativo nas finanças pessoais ou familiares. É essencial incluir esse custo no planejamento e orçamento mensal.

Algumas dicas para absorver o custo extra sem comprometer o controle financeiro:

  • Reavalie outros gastos que podem ser reduzidos, como assinaturas e streaming de vídeo, academia, delivery de comida, etc. Evite cortar despesas essenciais.
  • Renegocie gastos fixos como internet, TV a cabo, telefone, condomínio. Muitas vezes é possível obter descontos e promoções.
  • Compare os gastos com supermercado e farmácia e veja onde é possível economizar. Opte por marcas mais baratas ou genéricos.
  • Pesquise receitas econômicas e prepare refeições em casa para reduzir gastos com alimentação.
  • Evite desperdícios domésticos como contas de luz e água excessivas.
  • Busque opções de lazer e entretenimento gratuitas ou mais baratas.

Com planejamento e algumas mudanças de hábitos é possível equilibrar o orçamento mesmo com o custo adicional de um seguro saúde.

Comparação de preços

É muito importante comparar os preços e coberturas entre diferentes planos de saúde antes de fazer a aquisição. Isso porque os preços podem variar significativamente entre as operadoras.

Muitas corretoras, sites das operadoras disponibilizam ferramentas online que permitem você a comparar preços. Isso te possibilita visualizar de forma rápida e fácil as opções disponíveis.

Dessa forma, é possível comparar detalhadamente preços e coberturas para escolher o plano mais adequado à sua realidade e orçamento. Investir tempo nessa comparação vale a pena para garantir uma contratação consciente e evitar surpresas posteriormente.

Negociação de preços

Existem algumas dicas importantes para tentar negociar um preço mais baixo no seu plano de saúde:

  • Avalie a possibilidade de contratar um plano coletivo por meio do seu empregador ou associação de classe. Muitas vezes, eles têm descontos significativos. Pergunte no RH da sua empresa sobre essa possibilidade.
  • Pesquise e compare os preços entre diferentes operadoras. Isso permitirá que você negocie e use outras propostas como argumento para conseguir desconto.
  • Verifique se há promoções especiais para novos clientes. Muitas operadoras oferecem descontos nos primeiros meses para atrair novos usuários.
  • Considere aumentar a coparticipação e a franquia como uma estratégia para reduzir o valor mensal do plano. Mas avalie se isso não irá aumentar muito suas despesas médicas.
  • Questione cada mudança de preço na sua renovação anual e tente negociar. As operadoras muitas vezes aceitam reduzir o reajuste se o cliente ameaçar cancelar o serviço.
  • Avalie reduzir a cobertura e excluir benefícios que você não utiliza, como odontologia ou psicologia.
  • Pague a anuidade à vista para conseguir descontos. É possível ganhar até 10% de redução no valor total.
  • Considere contratar um plano apenas hospitalar com despesas ambulatoriais por reembolso. Essa opção costuma ser mais em conta.

Pagamento de coparticipação

O pagamento de coparticipação ocorre quando o plano de saúde cobre apenas parte dos custos de um procedimento ou consulta médica, e o beneficiário deve arcar com uma porcentagem do valor total.

A coparticipação geralmente incide sobre consultas, exames, internações e procedimentos. O percentual pode variar de 10% a 50% do valor, dependendo do tipo de despesa e da cobertura contratada.

É importante que o beneficiário se prepare para esses custos adicionais e os inclua no planejamento financeiro. Algumas dicas para economizar e lidar com a coparticipação:

  • Verificar no contrato quais despesas estão sujeitas à coparticipação e os respectivos percentuais.
  • Fazer um fundo de reserva apenas para coparticipação, depositando um valor fixo todo mês.
  • Renegociar o plano para reduzir a coparticipação ou obtê-la só em consultas e exames, não internações.
  • Usar a coparticipação como critério na escolha de prestadores, optando pelos de menor custo.
  • Questionar cobranças de coparticipação abusivas ou fora do contrato.
  • Sempre pedir o detalhamento dos valores cobrados para conferir se a coparticipação foi calculada corretamente.

Evitando fraudes

Infelizmente, o setor de planos de saúde está sujeito a diversos tipos de fraude e golpes. É importante estar atento e saber como identificar sinais de fraude para se proteger.

Para se proteger:

  • Desconfie de ofertas “imperdíveis” e confirmar sempre os dados da empresa.
  • Verifique sempre se a operadora é regulamentada pela ANS.
  • Não forneça seus dados a terceiros, especialmente por telefone.
  • Guarde cópias de documentos e comprovantes de pagamento.
  • Verifique periodicamente sua fatura para identificar cobranças suspeitas.
  • Pesquise a reputação da empresa antes de contratar um plano de saúde.

Esteja sempre atento a sinais de fraude e denuncie tentativas de golpes à Agência de Saúde Suplementar (ANS) e à polícia. A informação é a melhor maneira de se proteger.

Cancelamento do plano

Cancelar um plano de saúde é uma decisão importante que deve ser bem pensada. O processo de cancelamento não é complicado, mas tem algumas regras:

  • O cancelamento só pode ser feito após os primeiros 12 meses de vigência do contrato, ou seja, não é possível cancelar antes disso sem pagar multa.
  • A solicitação de cancelamento deve ser feita por escrito, por carta enviada via correio com aviso de recebimento. Algumas operadoras também aceitam solicitações por e-mail.
  • O cancelamento só será efetivado 30 dias após o pedido. Nesse período, é preciso continuar pagando as mensalidades.
  • A operadora é obrigada a devolver o valor pago referente ao período em que o plano não foi utilizado. Por exemplo, se o pedido foi feito no dia 10 do mês, a operadora deve devolver os valores pagos por 20 dias não usufruídos.

Portanto, avalie bem sua situação antes de cancelar e siga os prazos e regras para que o processo transcorra sem problemas. Uma boa pesquisa ajudará a encontrar um novo plano com melhor custo-benefício.

Conclusão

Adquirir um plano de saúde é uma decisão importante que afeta diretamente as finanças pessoais. É preciso analisar cuidadosamente os custos envolvidos, o impacto no orçamento e fazer um bom planejamento financeiro antes de contratar.

Ao comparar preços entre diferentes operadoras, é possível encontrar a melhor opção que se encaixa no bolso. Além disso, sempre que possível, vale tentar negociar um preço mais em conta, especialmente se for possível pagar à vista por um período maior.

É importante estar atento também aos custos de coparticipação e tentar escolher uma operadora que ofereça o máximo possível de coberturas inclusas, para evitar surpresas na hora de usar o serviço.

Outro ponto fundamental é ficar alerta a fraudes, lendo atentamente o contrato e todas as regras da operadora antes de fechar negócio. Em caso de problemas, o cancelamento também deve seguir os trâmites legais para evitar dores de cabeça.

No geral, adquirir um plano de saúde exige planejamento e organização financeira. Mas se feito da maneira correta, pode ser um investimento importante na saúde e qualidade de vida da família. O segredo está em pesquisar, comparar opções e escolher aquela que melhor se encaixa no orçamento disponível.

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Baiana, natural da capital Salvador, Luciana Simão é uma mulher sonhadora, e seu maior desejo é virar uma escritora famosa. Desde pequena gostava de escrever e atualmente uniu sua paixão com sua profissão. É formada em letras na UNISA, já trabalhou na redação de um importante jornal do nordeste e atualmente passa a maior parte do seu dia escrevendo matérias para renomados portais, dentre eles o HPG. Para falar com a colunista, deixe um comentário aqui no portal ou pelo e-mail [email protected]
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