Samba do Crioulo Doido Expressão: O que significa e origem
Algumas expressões surgem na sociedade, perduram por muitos anos e muitas vezes, aliás, na maioria das vezes, não se sabe exatamente a origem. E uma delas é a expressão ‘samba do crioulo doido’. Mas, o que significa? Qual a origem esta frase? Tem algum cunho racista?
Ninguém é obrigado a saber tudo, no entanto, é importante sempre procurar saber a origem das palavras e de todas as outras coisas.
Afinal de contas, quanto mais conhecimento tivermos, menos preconceitos também iremos ter e mais vezes vamos conseguir nos adaptar e nos organizar em uma sociedade cada vez mais complexa.
Neste post, vamos falar um pouco sobre essa expressão e também um pouco sobre a origem, tentando conscientizar as pessoas sobre o como o racismo é algo totalmente prejudicial na nossa sociedade.
Diversas análises
Primeiramente, é importante lembrar que o termo Samba do Crioulo Doido surgiu durante a ditadura de Getúlio Vargas, quando as escolas de samba eram obrigadas a registrar todos os seus enredos voltados para um contexto histórico e isso também gerava muita crítica dos sambistas.
Na verdade, era o nome de uma música que fazia justamente uma sátira a essa obrigatoriedade do governo federal. No entanto, também ganhou um cunho racista, pois, é mencionado como símbolo de algo bagunçado, desorganizado e, muitas vezes até de forma inconsciente, discriminando os negros.
Aliás, segundo muitos especialistas, o termo crioulo também é racista e pejorativo. Isso porque, na época da escravidão, crioulo era o apelido dado para os filhos dos escravos e, inclusive, não deve ser usado.
Mas, essa não é única música de cunho racista. Outros sucessos, até mesmo no carnaval, também eram consideradas normais e hoje são consideradas racistas, como o refrão ‘o teu cabelo não nega, mulata’.
Ainda tem outras músicas como ‘a nega do cabelo duro’, que fez muito sucesso nos anos 1980 com Luís Caldas. Hoje, não seria mais tolerável, pelo simples fato de que a sociedade evoluiu.
Racismo estrutural
Inclusive, tudo isso se trata de uma questão ainda mais profunda na nossa sociedade, que é o racismo estrutural, isto é, muitas vezes acabamos sendo racistas sem saber que estamos sendo.
Neste caso, a conscientização é algo essencial para se evitar cometer atos racistas. Embora há muitos anos fosse algo comum na nossa sociedade, hoje já não é mais tolerado. Afinal de contas, o racismo é crime e não teria como ser diferente.
Assim, como o Brasil viveu a escravidão por mais de 300 anos, os negros foram vistos como objetos e seres inferiores pela alta sociedade brasileira. Portanto, esse triste cultura se tornou algo mais difícil de se acabar da noite para o dia.
Consequentemente, é preciso investir muito na educação e na conscientização de que, na prática, somos todos iguais e nenhuma raça é melhor ou pior que a outra.
Mas, ainda existe o racismo e a intolerância deliberada. Basta ver os grupos, por exemplo, nos Estados Unidos, inspirados no KKK (Klu, Klux Klan), um movimento racista e altamente violento contra os negros, que surgiu no século 19 e persiste até hoje no país mais rico do mundo.
Mais direitos para os negros
O fato é que os negros, especificamente no Brasil, sofreram e ainda sofrem muitos preconceitos no dia a dia, especialmente os que vivem nas periferias das grandes cidades.
Assim, são pessoas que muitas vezes são discriminadas somente pela cor e até mesmo são prejudicadas na busca por um emprego em um determinado lugar. Tudo por conta do preconceito.
Então, alguns termos como o ‘samba do crioulo doido’, ou o ‘criado mudo’, que também tem uma origem racista, não devem ser utilizados. E as pessoas, como dito acima, devem se conscientizar cada vez mais.
Nos últimos anos, negros e pardos conseguiram cotas em universidades públicas, como uma forma de minimizar as diferenças e os prejuízos que tiveram ao longo dos anos.
Embora haja muita polêmica em torno das cotas, o fato é que esses programas permitiram que os negros tivessem mais rápido e duradouro aos estudos de qualidade, antes muitas vezes restritos a uma minoria de elite branca.
Mas também ainda há um longo caminho a ser percorrer nesse sentido e, muitas vezes, os negros que entraram na universidade via cotas também acabam sofrendo preconceito por conta do racismo, preconceito e, principalmente, falta de informação das pessoas.
Embora a sociedade moderna e evoluída não devesse mais tolerar esses problemas, isso acaba acontecendo e prejudicando o crescimento e evolução de todas as pessoas. E a expressão o samba do crioulo doido é apenas mais um dos problemas.
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