Superior Tribunal Militar Declarou ilegalidade das Eleições? Veja se é boato
Nos últimos dias, surgiram informações nas redes sociais de que o STM (Superior Tribunal Militar), declarou ilegalidade nas eleições presidenciais de 2023. Primeiramente, o STM nem tem a função de investigar possíveis fraudes eleitorais.

Até porque isso é feito pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), responsável por cuidar desse assunto. Inclusive, os militares chegaram a participar da auditoria do TSE, na oportunidade, após as eleições, nenhum indício de fraude foi constatado.
Além disso, também ficou assegurado que as urnas eletrônicas são confiáveis e também surgiu uma notícia de que o ministro do TSE, Alexandre de Moraes, teria sido preso, o que também foi uma fake news divulgada pelas redes sociais e grupos de WhatsApp.
Qual o problema das eleições?
Desde 2018, o presidente eleito na época Jair Bolsonaro, mesmo vencendo com as urnas eletrônicas, sempre questionou a veracidade do aparelho, alegando que foram fraudados. Inclusive, naquela época, surgiu outro boato, dizendo que as urnas teriam vindo da Venezuela.
Isso gerou ‘temor’ porque a Venezuela é um país ditatorial e comandado por um ditador de esquerda, Nicolás Maduro, e que é amigo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito agora no Brasil.
Por essas e outras, há correntes que defendem que as urnas foram fraudadas e que Bolsonaro deveria ter ganho as eleições.
Inclusive, isso desencadeou uma onda de protestos logo após o dia 30 de outubro, quando aconteceu o segundo turno eleitoral para presidente, com a vitória de Lula.
Durante o período eleitoral e também nesses últimos quatro anos, Bolsonaro e alguns aliados mais próximos questionaram a veracidade das urnas eletrônicas e chegaram a pedir a volta do voto impresso. Ou, ao menos, que as pessoas pudessem ter um ‘comprovante’ impresso da votação.

Aumento da pressão
Como Lula venceu o segundo turno, por uma margem apertada dos votos, muitos defensores e seguidores de Bolsonaro entendem que as urnas foram fraudadas.
E, por isso, o PL, partido do atual presidente, chegou a pedir a anulação das eleições deste ano, o que também não vai acontecer.
Afinal de contas, como dito acima, não foi constatado nenhum ato irregular durante as eleições, que pudesse acarretar esse cancelamento.
Na prática, o governo usa a mesma tática do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que perdeu as eleições em 2020 para Joe Biden.
Na época, ele defendeu que as eleições foram fraudadas e, na semana de posse de Biden, apoiadores mais radicais do ex-presidente chegaram a invadir o Capitólio, sede do governo norte-americano.

Histórico das urnas eletrônicas
Atualmente, as urnas eletrônicas já são uma realidade no Brasil desde 1996, quando começaram a ser implantadas em algumas cidades, como São Paulo.
Naquela oportunidade, foram eleições municipais e, mesmo ainda com a informática não tão avançada como hoje, nenhum problema de fraude ou falhas técnicas foram apontadas.
Mas, a partir de 1998, as urnas eletrônicas começaram a ser usadas em todas as cidades brasileiras.
Na oportunidade, eram eleições majoritárias, ou seja, para presidente, senador, governador, deputado federal e deputado estadual. Ainda assim, tudo correu dentro do previsto e não houve nenhum questionamento.
Inclusive, durante esses anos todos com o uso da urna eletrônica, o sistema vem sendo elogiado por comunidades internacionais e diversos países já querem usar o sistema.
Isso porque em quase todos os lugares do mundo ainda se usa o voto impresso, no papel, onde aí sim há um risco maior de fraudes e até mesmo de erros na contagem de votos, que é feito de forma manual.
Urnas eletrônicas
Inicialmente, as urnas eletrônicas começaram a ser projetadas por engenheiros do ITA (Instituto Tecnológico Aeroespacial), que tem sede em São José dos Campos, e hoje são bastante utilizadas e sempre são testadas pelos técnico do TSE.
Inclusive, quando falta energia elétrica em alguma seção eleitoral, as urnas funcionam de maneira correta, pois, contam com baterias que aguentam várias horas sem descarregar.
Então, nos últimos anos, até para dar mais veracidade à votação, se criou o sistema de biometria, onde o eleitor apenas passa o dedo no digital e nem precisa assinar nenhum documento. Assim, fica até mais confiável para ir à cabine de votação.
Agora, sobre a suposta ilegalidade das eleições, atestadas pelo Superior Tribunal Militar, isso nunca aconteceu e, como dito no começo da postagem, nem poderia acontecer. Isso porque se trata de um órgão que não tem ligação e autoridade para lidar com as urnas eletrônicas.
Além disso, já se comprovou várias vezes, de forma técnica, que não existe como fraudar as urnas eletrônicas. Inclusive, o índice de falhas em urnas é muito raro nos locais de votação, mas elas são trocadas sem nenhum prejuízo.
