Vai ter Moeda Única no Mercosul em 2024 com Brasil e Argentina?
Sem dúvidas, a ida à Argentina do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), causou bastante notícias e ideias novas. Além disso, nesse encontro Lula e Alberto Fernández discutiram e ficou a dúvida se vai ter moeda única no mercosul em 2024 com Brasil e Argentina. Pois, na reunião entre os líderes voltou á tona a discussão sobre a probabilidade dos dois países terem a mesma moeda do Mercosul.
Ainda na ocasião, Lula ainda mencionou a possibilidade de ter uma mesma moeda entre os Brics (Índia, Brasil Rússia, China e África do Sul). Com isso, o comércio exterior para essas nações ficaria pouco dependente do dólar americano.
Vai ter Moeda Única no Mercosul em 2024 com Brasil e Argentina?
Primeiro, Gabriel Galípolo, o secretário-executivo do Minsitério da Fazenda, disse que a nova moeda não iria substituir o peso e nem o real. Pois, esse tipo de moeda não costuma entrar em circulação, e também não seria usada pela população. Com isso, a moeda seria usada somente para transações comerciais entre esses países, desse modo, seria evitado que as transações entre Argentina e Brasil fossem em dólar comercial.
Além disso, segundo o advogado Kaiser Motta Lucio de Morais Júnior, a utilização da moeda comum não anula a existência de outras moedas. ele disse ainda: “Seria uma moeda nova e focada nas transações comerciais entre os dois países com o propósito de promover a integração e aumento do intercâmbio comercial”.
Inclusive, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, relatou que não seria a favor da utilização de uma moeda única para o Mercosul, igual é o euro na Europa, ele seria a favor de uma moeda comum na verdade. Segundo ele, esse assunto ainda precisa de bastante discussão do grupo de trabalho, ao passar de alguns anos. O ministro declarou ainda que está em estudando a viabilidade de possuir uma moeda digital para usar somente em trocas comerciais, para diminuir a dependência do dólar.
Em um evento em Buenos Aires, com empresários dos dois países, Haddad deu a seguinte declaração: “Recebemos dos nossos presidentes uma incumbência de não adotar uma ideia que era do governo anterior, que não foi levada a cabo, da moeda única. O meu antecessor, Paulo Guedes, defendia muito uma moeda única entre Brasil e Argentina. Não é disso que estamos falando. Isso gerou uma enorme confusão, inclusive na imprensa brasileira e internacional”,
Como funcionam o uso da moeda única em outros países?
Além disso, é importante lembrar que comparando com as moedas únicas circulando pelo mundo, o mais lembrado é o euro, mas, existem outros casos também de moedas unificadas. Além do mais, o continente africano é um ótimo exemplo de moedas unificadas entre países, por possuir duas moedas unificadas.
Uma dessas moedas é o franco CFA da África Ocidental, incluindo um bloco oito países, são eles: Burkina Faso, Guiné-Bissau, Costa do Marfim, Benin, Mali, Níger, Togo e Senegal. Já a outra, se chama franco CFA da África Central, possuindo um bloco de cerca de seis países: Chade, Gabão, República Centro-Africana, República do Congo, Camarões, Guiné Equatorial.
Além disso, mais um exemplo é o dólar do Caribe Oriental, uma moeda indexada com o dólar americano, possuindo a taxa de câmbio fixa. Além do mais, a moeda participa da economia de cerca de oito países, são eles: Antígua e Barbuda, Anguilla, Granada, Dominica, Santa Lúcia, São Cristóvão e Nevis, Granadinas e Montserrat, São Vicente.
Veja o que especialistas falaram sobre o assunto:
Por fim, segundo o advogado Rodrigo Jansen, disse que a moeda comum traria mais facilidade para as transações entre Argentina e Brasil. No entanto, Janssen diz também que é necessário obter um estudo mais profundo, pois, ele diz que, “o problema é que a Argentina tem pouca liquidez em dólares e não consegue incrementar significativamente o volume de operações com o Brasil”.
E ainda afirmou: “Então, caso haja essa moeda internacional, as negociações entre os dois países ficarão menos sensíveis às variações do dólar. Mas isso não significa que os preços das mercadorias ficarão imunes a variações do dólar”.
De acordo com o professor Mauro Rochlin, afirma que é cético sobre essa moeda comum entre os dois países. Pois, para ele existe uma enorme variação de inflação do peso argentino. Ele afirmou: “Sou um tanto cético com relação ao sucesso dessa iniciativa, muito por conta da forte instabilidade da economia da argentina. Eles enfrentam um processo inflacionário agudo, e por conta disso, não é raro eles assistirem episódios de forte volatilidade da moeda deles, ou seja, variações muito profundas em um espaço muito curto. Então, essa volatilidade mais extremada da moeda argentina torna muito difícil se estabelecer uma moeda comum”.
Ainda segundo o professor, se essa for mesmo implantada, esses países precisarão oferecer garantias para os seus credores e ainda encontrar uma maneira de controlar essa instabilidade da economia argentina. Além disso, O professor disse que seria preciso primeiramente, oferecer garantias aos credores dos dois países, para juntos encontrarem uma maneira de evitar essas intensas flutuações.
No entanto, até o momento nada foi firmado, a única coisa que houve foi a conversa entre os dois presidentes. E, segundo especialistas, essa seria uma questão para ser resolvido em anos de conversa.
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